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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

EBD 30/10/2009

texto bíblico

“E ajuntou-se a ele todo homem que se achava em aperto, e todo homem endividado, e todo homem de espírito desgostoso, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens” (1 Sm 22.2).I

INTRODUÇÃO
“E ajuntou-se a ele todo homem que se achava em aperto, e todo homem endividado, e todo homem de espírito desgostoso, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens”(1Sm 22:2). Davi, quando no deserto, humilhado, rejeitado e perseguido, fez com que um grande grupo de seguidores se achegasse a ele. Os primeiros eram em sua maioria estrangeiros em dificuldades, homens rudes e problemáticos, no entanto, Davi recebeu, acolheu, ensinou e preparou-os. Também se chegaram a Davi muitos de seus irmãos de Israel (1 Sm 22.1-5; 23.13); a princípio, eram 400 homens “em aperto”, mas logo o número chegou a 600 (1 Sm 22.2; 25.13). Esses eram os homens que Deus deu a Davi para liderar. E Davi o fez com maestria. Ele fez com que esses homens tivessem um senso de companheirismo e devoção a Deus.

Quando estavam na caverna de Adulão, Davi teve a oportunidade de se livrar de seu maior inimigo, mas não o fez. O melhor disso é que Davi inspirou tanta confiança em seus liderados que os convenceu a não matarem Saul. Apenas um líder influente modifica o comportamento de seus companheiros no calor de uma suposta oportunidade de benefício e finalização de problemas. A atitude de Davi não apenas preservou a vida de um homem afastado de Deus, mas ensinou aos homens que estavam com ele que Deus se encarrega de fazer o julgamento adequado para quem está no poder e o utiliza de forma incorreta. O líder deve saber exercer o controle sobre aqueles que estão sob o seu comando, ou não será verdadeiramente um líder. Como bem disse o pr. José Gonçalves, equipes sadias, eficientes e fortes são reflexos de uma liderança competente e idônea, assim como um corpo saudável reflete a harmonia de seus membros.

I. LIDERANÇA BÍBLICA E LIDERANÇA SECULAR
Liderança cristã é diferente de liderança secular. Nesta valem talentos, habilidades e capacidade de trabalho e decisão; que não perdem valor na liderança cristã. Mas, na liderança cristã deve sobressair a consciência de que é uma obra para Deus, envolvendo o povo de Deus, e que deve ser feita na dependência de Deus.

1. Líder, liderança e equipe. O líder é uma pessoa que está consciente do seu papel na liderança, sabe que está no comando e que este comando foi-lhe outorgado por Deus. Também está consciente que exerce um forte impacto e uma grande influência na vida dos liderados. Agora, ele não deve de forma alguma incidir uma influência forçada. Isso deve ser natural. Ele é alguém que vê as necessidades das outras pessoas. Está sensível para com elas. Com isso, procura, na maneira do possível, ajudá-las a superar os seus obstáculos. Deve demonstrar um amor genuíno, como um amor de pai para filho. Afinal de contas, eles são o rebanho que Deus lhe confiou nas mãos e um dia prestará contas disso.

“Para que um homem seja líder ele tem de ter seguidores. E para que tenha seguidores ele tem de ter a confiança deles. Assim sendo, a primeira qualidade do líder tem de ser integridade inquestionável. Sem ela, não é possível o verdadeiro sucesso, não importam se estejam trabalhando em turma de fábrica, campo de futebol, no exército ou num escritório. Se os colegas de um homem descobrem nele falsidade, se percebem que nele falta integridade direta, este homem fracassará. Seus ensinos e seus atos devem ser congruentes. Assim, a maior necessidade é integridade e propósito elevado” - BARBER, Cyril J. Neemias e a Dinâmica da Liderança Eficaz. São Paulo, SP.: Editora Vida, 1999, p.79.

O líder não é um ditador. Aquele que chega com a palavra e diz tudo o que se deve fazer. Ele deve procurar incutir nas mentes das pessoas que elas devem participar na elaboração dos projetos, dos planos, etc. Assim, ele não irá exercer uma função autoritária e poderá com isso estar desenvolvendo novos líderes dentro do grupo. O líder deve, no entanto, ter a consciência que deve sempre estabelecer metas, bem como os meios necessários para atingi-las. Para isso, uma boa comunicação é fundamental. O líder deve ser alguém que saiba se comunicar. Deve saber dizer exatamente o que pretende e como pretende. Boa comunicação é imprescindível para a realização das metas, conseqüentemente os liderados não terão problemas em seguí-lo.

Liderança não é apenas ter o poder de repartir tarefas ou dar ordens. É conduzir pessoas dentro dos propósitos de Deus. Liderar é exercer uma influência que inspire e mova as pessoas à ação, obtendo delas o máximo de cooperação e o mínimo de oposição. Quem lidera influencia pessoas à sua volta. A capacidade de envolver as pessoas em projetos, trabalhos e fazer com que elas cheguem ao fim desejado é uma forma adequada de influenciar. Liderar e influenciar não é como gerenciar, pois liderança e gerenciamento tem sido considerados como atitudes distantes em suas definições. Um gerente pode muito bem organizar os trabalhos e dividi-los entre o grupo, mas isso não significa necessariamente que ele esteja realmente influenciando pessoas. Gerenciar diz respeito ao cumprimento de objetivos e ao controle de processos administrativos. Quem gerencia planeja e executa, mas quem dá as direções, orienta e inspira as pessoas é o líder. “O gerente está mais voltado a administrar processos e recursos para concretizar certos objetivos, e os líderes mais voltados a convergir pessoas em torno de relacionamentos e compromissos”(MACUCCI, José Valério – Liderança para novos gestores – São Paulo:IBMEC, 2007,p. 24).

2. A atualidade da liderança davídica. Os princípios de liderança são universais e, portanto, podem ser aplicados a todas as épocas, a todos os povos e em todos os lugares. Eles são atemporais. Portanto, os mesmos princípios aplicados por Davi, foram os mesmos aplicados há centenas de anos atrás por Jetro, sogro de Moisés (Êx 18.21), cujo modelo de trabalho em equipe é seguido ainda hoje tanto por cristãos como por não-cristãos em qualquer atividade.

Portanto, os princípios que regem uma liderança eficaz são ainda os mesmos, quer tenham sido vividos nos primeiros estágios da civilização, quer sejam praticados hoje. Com efeito, a liderança eficaz é baseada nos bons relacionamentos e na autoridade, que é a habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que você quer por causa de sua influência pessoal.

A liderança Bíblica atual, como na época da liderança davídica deve ressaltar as mesmas características que existiam em Davi, as quais o destacavam como líder, a saber:

a) O líder deve ser escolhido por Deus(ler 1Sm 16:11-13). Há líderes chamados e chamados lideres. Líderes segundo o coração de Deus não escolhem a si mesmo. São escolhidos por Deus. Não podem ser usados por Deus aqueles que se autoproclamam escolhidos por Deus sem que Deus os tenha escolhido. Davi não buscou ser ungido de forma forçosa ou por meios políticos. Nem poderia. Ele era um pastor de ovelhas, sem conhecimento de ninguém na Corte. Ele estava no campo, longe de pessoas de influência e perto de animais. Acima de tudo, Davi estava muito perto de Deus. Mesmo sem ser conhecido por ninguém de influencia, foi escolhido por Deus.

É Deus quem escolhe entre os seus servos um que vai liderar. Infelizmente, há pessoas que se acham escolhidos por Deus e se autoproclamam líderes. Devemos lembrar que quem arroga para si a liderança provavelmente não está apto para ela.

O verdadeiro líder não terá desejo algum de dominar sobre a herança de Deus, mas será humilde, brando, dedicado e inteiramente pronto a ser liderado da mesma forma que lideraria, quando o Espírito deixar claro que apareceu um homem mais sábio e mais talentoso que ele.

b) O líder deve ser temente a Deus(ler 1Sm 17:26). Comparando a história de Saul e a de Davi podemos observar que ambos começaram suas carreiras debaixo da bênção de Deus. A diferença entre ambos reside no fato de que Saul perdeu o temor ao Senhor em pouco tempo. Saul deu mostras de que Deus, com o passar do tempo, tornou-se uma pessoa secundária dentro dos planos do reino, e isso causou a sua derrocada. Porém, Davi manteve seu temor ao Senhor. Quando perseguido, fugitivo e em aperto, manteve sua confiança em Deus e teve temor dEle. Mesmo quando pecou no caso de Bate-Seba e foi confrontado por Natã, encontrou o caminho de volta para o coração de Deus e a sua restauração. Isso nos mostra que o temor ao Senhor deve acompanhar nossa carreira em todo o tempo, e não apenas no início de nossa chamada.

c) O líder deve ser prudente(ler 1Sm 18:12-16). A prudência deve ser uma característica constante para os que estão na liderança. Davi tinha êxito em tudo o que fazia, e se conduzia com prudência. Não era afoito em suas decisões. Avaliava tudo cautelosamente, procurando sempre o melhor caminho. Ele esperava que Deus o orientasse sempre. Ser prudente foi tão importante para Davi que em todas as ocasiões em que Saul buscou elimina-lo, Deus o livrou.

Davi ganhou respeito de seus inimigos e de seus liderados porque não agia por impulso, mas avaliava as situações até chegar à melhor decisão. O mesmo pode acontecer conosco se, em vez de agirmos no calor da situação, analisarmos tudo de forma clara e agirmos com sabedoria. Quando somos prudentes, temos, como Davi, a companhia do Senhor.

d) O líder deve saber ouvir(ler 1Sm 25:23-30). Saber ouvir é uma arte que o líder deve desenvolver. O 4º dos 10 mandamentos da liderança, descrito no Manual de Liderança da Marinha do Brasil é: “Saiba falar, calar e, especialmente, ouvir”. Saber ouvir evita que o líder tome decisões erradas e aja de forma precipitada.

Deus espera que sejamos aptos para ouvir, e por mais que essa declaração soe engraçada é verdadeira: Ele nos fez com dois ouvidos e uma boca, para que possamos ouvir mais e falar menos. “Uma coisa disse Deus, duas vezes a ouvi: que o poder pertence a Deus”(Sl 62:11). E Tiago recomenda o uso moderado da língua, e ouvir antes de falar: “Sabeis isto, meus amados irmãos; mas todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardia para se irar”(Tg 1:19). A nossa prontidão maior deve ser sempre a de ouvir. Se tivermos de usar a fala, que seja depois de muita meditação (tardio), e se a ira envolver o nosso coração, que seja em último caso também. Davi foi beneficiado por ouvir Abigail? Com certeza, leia 1Sm 25:32-34.

e) O líder valoriza cada membro de sua equipe(ler 2Sm 23:14-17 e 1Cr 11:16-19). Na autêntica liderança, cada membro da equipe é de alto valor para o seu líder. Em 2 Samuel 23.14-17 e 1 Crônicas 11.16-19, fica evidente que isso era uma realidade na vida de Davi. Nessa ocasião, ele teve sede e desejou beber da boa água da cisterna de Belém, que estava em poder dos inimigos filisteus. Davi, ao saber que os seus homens haviam se arriscado para obtê-la, rejeitou a água e ficou com sede. Isso é que é empatia! Tal atitude só pode vir de quem não trata os membros de sua equipe como máquinas, objetos, mas como gente de carne e osso e, portanto, digna de amor, respeito e apreciação. É uma obrigação cristã reconhecer o valor das pessoas e não tratá-las como objetos descartáveis, a serviço de nossos interesses.

f) O líder deve ter o controle de seus liderados(ler 1Sm 24:5-7). Manter sob controle um grupo de pessoas de bem não é muito complicado. Contamos com a boa vontade e o respeito de todos para uma convivência cordial e amável. Mas o que dizer de liderar um grupo de pessoas atribuladas? Junte em um ambiente hostil, dentro de uma caverna, 400 homens desgostosos da vida, que fugiram de sua terra por dívidas contraídas e não quitadas e outros assuntos não resolvidos. Esses eram homens que não pensariam duas vezes em puxar uma arma para se defender e matar alguém. Mas, Davi fez com que os seus liderados tivessem um senso de companheirismo e devoção a Deus. Ele os ensinou o que significa esperar o tempo de Deus.

f) O líder deve esperar o tempo de Deus(ler 1Sm 24:1-6). Estudamos este tema, exaustivamente, na aula nº 04. Perseguido por Saul, Davi estava escondido em uma caverna, a mesma caverna onde Saul fora aliviar sua dor de barriga. Enquanto o rei realizava suas necessidades, Davi se aproximou e cortou um pedaço da veste real. Deus certamente estava provando Davi. O mais complicado não foi dominar a si mesmo naquela ocasião, e sim dominar a equipe que estava com ele. Por que Davi não acabava de vez com Saul? Será que ele não percebeu que aquele era o dia em que Deus dera o seu grande inimigo em sua mão? Sim, Davi percebia. Mas ele sabia também que Deus daria a paga a Saul sobre as maldades que estava fazendo. Não cabia a Davi estender a sua mão e tomar o lugar de Deus para punir Saul.

II. A LIDERANÇA FUNDAMENTADA NO CARÁTER CRISTÃO
1. É uma liderança que agrada a Deus. O modelo bíblico de liderança é aquele centralizado no caráter. As técnicas mudam, mas os princípios do caráter não, afirma o pr. José Gonçalves. Um caráter moldado pela Bíblia é a maior necessidade de um cristão, principalmente os que lideram, na casa do Senhor. Como disse o general que comandou a operação “Tempestade no Deserto”: “Liderança é uma combinação de estratégia e caráter. Se você precisa ficar sem um, que seja a estratégia“(Gen. Norman Schwarzkopf). As pessoas podem até achar que você não tem grandes habilidades administrativas, técnicas, ou pedagógicas, mas elas precisam ver que você é um homem ou uma mulher temente a Deus.

Nosso caráter está relacionado com quem somos quando ninguém está olhando. Nossa reputação, por outro lado, diz respeito à nossa conduta como é vista ou percebida por outros. “Boa” conduta sem caráter se torna hipocrisia. Isto foi revelado à igreja em Sardo: “Ao anjo da Igreja que está em Sardo escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus, e as sete estrelas: Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto!” (Apocalipse 3:1). A mensagem de Deus para os de Sardo era que eles tinham um nome – uma boa reputação – porém estavam mortos. Eles estavam vivendo em hipocrisia. Um bom nome é importante e nós queremos tê-lo. A base da nossa reputação, no entanto, deve ser a de um Caráter Cristão. Isso é o que nos ajudará a resistir a qualquer perseguição que nós tenhamos que enfrentar.

Quando nós temos Caráter Cristão, a evidência está em nossa conduta. Quando uma pessoa é salva existem evidências da sua salvação. Se alguém diz, “Eu sou salvo”, mas continua a mentir, roubar e viver imoralmente, é muito claro que não está salvo. Se você é salvo, sua conduta muda como evidência de que alguma coisa mudou dentro – no coração. Em 2Corintios 5:17 está escrito: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. Se não há uma mudança de conduta, então o coração não mudou. Mas, se há mudança no coração, então há mudança de conduta. Desta feita, os elementos do caráter cristão como o temor de Deus, a coragem, a virtude, o altruísmo, a honestidade, etc., são postos em destaque. São virtudes indispensáveis para quem exercem liderança de equipe, quer na igreja ou na vida secular.

Segundo o pr. José Gonçalves, o sucesso de Davi sobre os seus liderados veio dos princípios bíblicos observados por ele. Observe, como exemplo, o senso de justiça de Davi quando estipulou a lei da partilha (1 Sm 30.24). Somente um homem com uma noção exata de valores aprovados por Deus podia tomar uma atitude assim.

2. Não é uma liderança à parte de Deus. O antecessor de Davi exerceu uma liderança à parte de Deus. Em vez de esperar com “paciência no Senhor” (Sl 40.1), assim como Davi, Saul era demasiadamente precipitado. Saul foi ungido rei em Gilgal e lá perdeu o reinado (1Sm 15.26-28; 28.17). Seu maior pecado fora o de oferecer sacrifícios, coisa essa que somente os sacerdotes podiam realizar (Lv 16). Se ele não tivesse se precipitado, o reino seria dele para sempre. Desobedeceu e perdeu.

Antes de ser um líder, é necessário aprender o valor da obediência. Davi obedeceu seu pai ao tomar conta das ovelhas – o que deveria ser um trabalho monótono para um adolescente. Obedeceu ao convite de Saul para tocar harpa no palácio, e teve de prestar contas dos homens de combate sob seus cuidados. Respeitou a unção de Deus sobre Saul, mesmo quando este o perseguia, e diferente de Saul, dependeu de Deus em momentos de solidão e angústia, mesmo quando o Senhor parecia estar distante.

Nosso Mestre, o Senhor Jesus Cristo, ensinou que obedecer a Deus é muito mais importante do que qualquer outra coisa, mais importante até mesmo que o alimento físico (Mt 4.1-4). Os maiores erros que cometemos nesta vida são geralmente devidos à nossa impaciência em aguardar o tempo de Deus.

O maior perigo para um líder é querer racionalizar os seus próprios erros, buscar desculpa-los ou justifica-los, convencendo-se a si mesmo de que seus erros na realidade são acertos. As atitudes negativas são as maiores causas de fracasso do líder junto ao seu grupo ou equipe. Conhecer essas atitudes negativas e superá-las é de fundamental importância para o sucesso da sua liderança.

III. DAVI E SUA EQUIPE
A expressão “Davi e seu homens” aparece por diversas vezes nos livros de Samuel (1 Sm 18.27; 24.2; 25.13; 2 Sm 5.6,21; 15.14; 16.13). Todas estas passagens mostram que tal expressão pode perfeitamente ser lida como “Davi e sua equipe”. De fato, Davi possuía mais do que um grupo, ele tinha uma equipe coesa, harmônica, íntegra e submissa.

1. Distinguindo uma equipe de um grupo. Equipe é um grupo de pessoa que formam uma unidade. Tem um objetivo comum. Só há uma equipe quando existe um devido relacionamento entre seus membros. Se um dos elementos faltar, o outro substitui e o trabalho não fica em defasagem. Muitos não valorizam o trabalho em equipe por falta de conhecimento, pois desconhecem a importância e os benefícios deste. Veja o caso de Paulo e Apolo, eles são um exemplo de como trabalhar em equipe. Ele disse: “ Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento”(1Co 3:6). No trabalho de Deus, Ele tem que fazer parte da equipe, senão o trabalho será vão e os objetivos inócuos. Paulo só teve o que plantar, porque alguém lhe deu a semente; Apolo só teve o que regar, porque Paulo plantou; e Deus só deu o crescimento porque os dois plantaram. Paulo e Apolo trabalharam em equipe. Trabalhar em equipe é um princípio bíblico que deve ser observado por todos que querem realizar a obra do Senhor.

O pr. José Gonçalves disse que a equipe de Davi era unânime, irmanada, vinculada, integrada e ainda contava com heróis individuais, os chamados “valentes de Davi” (2 Sm 23.8). De acordo com a Escritura, nessa equipe bem treinada “o menor valia por cem homens, e o maior, por mil” (1Cr 12.14 – ARA). Era uma equipe em ação com um objetivo comum, dado por Deus, e não um aglomerado de homens sem um alvo específico na vida. Na autêntica liderança, cada membro da equipe é de alto valor para o seu líder.

Todo líder, qualquer que seja a sua área de atuação, corre o risco de desgastar-se no exercício da liderança, quando não sabe delegar responsabilidades. Alguns pensam que podem fazer tudo sozinhos. Puro engano! Todos precisam de cooperadores (Rm 16.3). Você tem seus cooperadores? Sua equipe trabalha em harmonia? Se a sua resposta for afirmativa, você com certeza terá uma liderança bem-sucedida.

Grupo: cada um por si. Se um faltar, a parte dele ficará sem ser realizada porque o lugar dele ninguém o substitui. Trabalhar em grupo determina individualismo e desorganização. O que mais impede um grupo de funcionar eficazmente e com eficiência é o individualismo e partidarismo. O correto é trabalhar em equipe, pois um assume o lugar do outro em sua ausência. Saber trabalhar em equipe é uma virtude que poucos têm.

2. A força do exemplo do líder. Liderança se faz com exemplo. Queira você ou não, os olhos de todos estarão sempre voltados para você, que é o líder da equipe. Você não pode separar a sua função como líder espiritual da sua vida pessoal. “Ser-me-eis testemunhas”, disse Jesus. Davi liderava pelo seu exemplo vinculado ao amor e ao altruísmo. Davi, além de ser um líder talentoso, amava a Deus e cuidava do seu caráter. Ele, em suas fraquezas, descuidos e tentações, cometeu pecados, como é claramente mostrado nas Escrituras, mas venceu pela sua fé e devoção a Deus. Ele era um servo do Senhor disposto a se retratar, a valorizar o outro e a liderar pelo seu exemplo.

CONCLUSÃO
Pela providência divina e por seus princípios de liderança fundamentados no caráter íntegro, Davi formou uma equipe de trabalho vitoriosa. Os liderados de Davi o amavam, respeitavam, obedeciam e lhe devotavam total admiração. A lealdade destes homens não era interesseira, não estavam atrás de promoção, nem eram bajuladores ou hipócritas. Davi nunca procurou a fidelidade destes homens. Todavia extraiu deles lealdade e serviço por meio da sua devoção para com eles. Davi publicamente honrou o sacrifício dos valentes presenteando a Deus com a água que eles trouxeram em oferta a Davi(2Sm 23:17). Como líder, Davi tinha admiração e respeito pela vida e serviço fiel dos seus liderados. Os valentes ouvem o suspiro por água do seu líder e agem imediatamente em missão. Não era uma ordem de Davi, nem um pedido, era apenas um desejo pela água da fonte de Belém. Todavia, estes homens romperam as barreiras e obstáculos por causa do desejo de servir ao ungido do Senhor. Será que em nossos dias ainda existem homens valentes, a ponto de arriscarem suas vidas, rompendo limites e obstáculos em favor do seu líder? Será que ainda existem homens como Davi (devotado aos seus liderados)? Homens cuja sua atitude de amor, zelo e admiração pelos seus liderados falam mais alto que suas palavras?

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